domingo, 31 de agosto de 2008

Tropheops - repartição geográfica no lago

Habitat Rochoso Superior – zona de arrebentação das ondas
Este género tem muitos representantes que habitam nas zonas agitadas pelas ondas do biótopo rochoso.

T. sp. “olive” é encontrado neste tipo de habitat ao longo da costa Noroeste entre Kande Island e Mdoka, e também ao longo da costa Nordeste entre Manda e Kirondo.
Como a maioria das espécies de Tropheops, esta espécie alimenta-se da “bio-cobertura” arrancando as algas filamentosas. Esta tarefa normalmente é realizada com a ajuda da torção do seu corpo.
Na sua grande maioria são sedentários, o que impede a mistura de genes entre duas populações vizinhas. A cor amarela dos machos pode variar ligeiramente com a sua origem geográfica (distribuição), mas os machos de um mesmo local são muito parecidos entre si.
Os machos de Kande Island apresentam um amarelo menos vivo que os de Chilumba. Os machos dominantes que habitam nas margens da Costa Este têm as barbatanas ventrais escuras. Por sua vez, as fêmeas de todas as populações conhecidas têm todas a mesma cor - cinzentas com barras verticais e horizontais pretas.
Em vários locais do lago, por exemplo em Nkhata Bay e Lupingu, encontram-se mais cinco espécies pertencentes a este complexo e cada uma com características de cor não muito diferentes umas das outras, mas diferentes o suficiente para não se cruzarem entre si.
Os machos T. sp. “olive” defendem os seus territórios – perto da superfície de grandes rochedos – contra todos os intrusos. Como consequência, as algas que não são consumidas pelo macho que ocupa esse território, formam um tapete espesso sobre a rocha. Estes tapetes espessos de algas formam umas manchas esverdeadas visíveis sobre as rochas. Isto poderá servir como um meio complementar de a fêmea reconhecer um bom parceiro para acasalar.

O T. sp. “red cheek” é um mbuna muito popular, habitando o biótopo rochoso superior. Normalmente é exportado de Likoma e Chizumulu Island. A sua distribuição descontínua engloba a Costa Nordeste entre Cape Kaiser e Ikombe e também Tsano Rock no braço Sudeste do lago.
O padrão de cor do T. sp. “lumessi blue” de Meponda é muito parecido ao do “Red Cheek” mais nos machos que nas fêmeas, assim poderia ser uma outra população desta espécie. No entanto investigações mais profundas levaram a que fosse considerada como uma espécie diferente da anterior.
Nos "red cheek" A variação geográfica de cor nos machos consiste numa extensão da cor Laranja sobre a cabeça e sobre as laterais do dorso junto à cabeça, as populações do Sul são mais coloridas. As fêmeas das populações a norte de Lupingu têm uma cor “branca suja”, enquanto que as fêmeas de outras regiões são “brancas amareladas” e em alguns casos amarelas. Esta espécie muito atraente foi chamada de “Big Eye” por Stuart Grant, exportador de ciclídeos do Malawi, no entanto ela é comercializada com o nome “Macrophthalmus Red Cheek”. O nome vernáculo deste peixe é “M’kokafodya” que significa “em brasa” ou “carvão ardente” devido às suas manchas de “laranja vivo” sobre a cabeça e sobre as laterais do dorso.
Os machos defendem territórios na parte superior de grandes rochedos (1 a 2m de diâmetro). Como é óbvio, estes territórios são protegidos com muito zelo contra todos os intrusos, embora a sua agressividade incida principalmente em outros machos da mesma espécie. Neste caso não se vêm “jardins de algas”, como no caso anterior.
A distribuição descontínua desta espécie é impressionante. As populações do norte estão separadas das do Sul por uma distância de aproximadamente 180km e estes últimos a mais de 200km dos de Tsano Rock e Zambo Point. Na exploração aos locais rochosos entre estas três zonas de distribuição, não foram encontradas outras populações, à excepção dos muito parecidos “Lumessi Blue” em Meponda. É pouco provável que estas três populações isoladas tenham desenvolvido o mesmo padrão de cor ao mesmo tempo nos machos e nas fêmeas, o que nos leva a concluir que os “Red Cheek” já tiveram um distribuição mais vasta ao longo da costa Este. O facto de só restarem estas três populações poderá indicar-nos que esta espécie não terá tido muito êxito. A cor muito brilhante do macho é um factor que poderá influenciar a taxa de sobrevivência. Os pássaros podem atacar mais facilmente os machos dominantes já que estes são mais facilmente vistos da superfície.
Habitat Rochoso sem Sedimento
Juntamente com o complexo Metriaclima zebra o gênero tropheops é um dos grupos mais diversificados encontrados no lago e largamente representado no habitat rochoso sem sedimento.

Em consequência da aparente rapidez na criação de variantes coloridas (isoladas geograficamente) e dos meios de reconhecimento dos parceiros, podemos observar numerosas espécies viverem juntas em harmonia.

Em Lupingu – Tanzânia, foram descobertas 7 espécies de Tropheops vivendo a 25 metros umas das outras. Esta mistura de espécies outrora isoladas obriga-as a cruzarem entre si como a diferenciarem-se em espécies distintas. Estas espécies partilham os recursos disponíveis quando o alimento é abundante, mas a coloração dos machos deverá ser a mais variada possível para garantir a segregação genética. Quando o isolamento genético é estabelecido, cada uma das espécies pode especializar-se num nicho específico. Tanto é assim, que normalmente não há problema para encontrarem alimento suficiente, e como o meio não muda, não existe necessidade de modificar a composição da comunidade podendo esta manter-se como era desde a sua formação.
O processo de especialização é activado quando um determinado aprovisionamento medíocre em alimento incentiva a competição, ou quando há mudanças significativas no meio que leva a que as espécies mais especializadas se encontrem numa situação menos favorável.
As pequenas ilhas isoladas albergam normalmente uma ou duas espécies deste complexo. Isto não quer dizer que a concorrência seja mais baixa nestes locais; habitualmente significa que somente uma ou duas espécies ficaram nestes locais isolados. Neste contexto não nos podemos esquecer que o nível da água tem variado ao longo do tempo no lago.
Quando o nível baixa diminui o número de habitats sobretudo para as espécies petrícolas. Algumas ilhas rochosas ficaram de tal forma expostas e secas que as regiões costeiras reduzidas se transformaram em praias arenosas. Uma mudança tão significativa reduz radicalmente o habitat disponível para a maior parte dos mbunas.
As diferentes espécies de Tropheops são agrupadas de acordo com o padrão de cor das fêmeas. Consequentemente o seu agrupamento talvez seja mais artificial do que filogenético. Em numerosos casos os membros de um mesmo grupo povoam habitats similares.

Nos habitats rochosos sem sedimento encontramos espécies de Tropheops que pertencem a 4 grupos diferentes:

1 - o tipo “noir”;
2 - o tipo “mauve”.
3 - os Tropheops dourados;
4 - o tipo “chilumba”;

Grupo "noir"
As espécies do grupo dos Tropheops “noir” caracterizam-se por uma banda preta na dorsal e pelas riscas verticais sobre um fundo escuro. Foram colocadas 5 espécies neste grupo, que é distribuído quase por todo o lago.
É somente neste grupo que encontramos fêmeas O e OB.

1- O T. tropheops, vive em habitats rochosos sem sedimento em torno da península de Nankhuma, em todas as ilhas em torno da península de Nankhuma, e nas ilhas Maleri.
No entanto não se encontram em Mumbo Island.
Em quase todos os locais podem ser encontradas fêmeas OB juntamente com fêmeas normais.

2- T. sp. “chinyamwezi” é uma espécie muito parecida, podendo mesmo ser da mesma espécie, com o T. tropheops.
O recife situado entre o continente e Chinyamwezi Island, que é o único lugar onde ele existe, é também habitado por uma espécie muito parecida com o T. tropheops.
Em Chinyamwezi Island encontramos uma grande percentagem de fêmeas O e OB, provavelmente porque só existe esta espécie de Tropheops em torno desta ilha.
Curiosamente, Chinyankwazi Island é igualmente habitada por uma única espécie de Tropheops – T. sp. “chinyankwasi” – Mas, neste caso é uma espécie muito aparentada aos do grupo Chilumba, e ainda não foram descobertas fêmeas OB.

3- O habitat rochoso sem sedimento das zonas costeiras Nordeste e Noroeste é habitado pelo T. sp. “black”. Os machos desta espécie apresentam uma característica (não única) do grupo dos Tropheops “noirs”, uma mancha amarela ou laranja na parte inferior da cabeça e do corpo.
O T. sp. “black” pode ainda ser encontrado nas zonas rochosas a Norte de Lundu na costa Este do Lago e na costa Oeste a Norte de Mundola Point. Estes (Black) estão limitados a zonas exclusivamente rochosas onde podem ser observados a profundidades bastante elevadas. Os machos são territoriais, as fêmeas vivem sozinhas e são bastante agressivas para as outras da sua espécie.
4- Em Likoma Island podemos encontrar outro membro pertencente ao grupo dos Tropheops “noirs” - T. sp. “dark”. O seu nome provém da cor das fêmeas que são bastante escuras à semelhança das fêmeas do Black.

5- O quinto membro do grupo dos Tropheops “noirs”, o T. sp. “goldbreast” habita na costa de Moçambique em Tumbi Point e entre Liutche e Londo.

Uma espécie suplementar do grupo “noir” o T. sp. “yellow gular”, encontra-se nas zonas costeiras de Moçambique e do Malawi entre Tumbi Point e Chimwalani Reef.
Os machos são azuis com zonas amarelas nas partes inferiores da cabeça e do corpo.
Em Cobwe e Mara Point uma espécie muito parecida a esta vive no biótopo intermediário. Esta espécie é designada por T. sp. “yellow chin” (Tropheops do tipo “dupla banda”).

Grupo Mauve

Os Tropheops do grupo “mauve” preferem água clara e um habitat sem sedimento, como consequência disso são habitualmente encontrados em zonas puramente rochosas.

O T. sp. “mauve” (do grupo “mauve”) é diferente tanto na cor como no tamanho do T. sp. black com quem vive harmoniosamente em quase toda a extensão da sua zona de distribuição.
O T. sp. “mauve” parece estar menos restrito aos habitats puramente rochosos, encontra-se também nos biótopos do tipo intermediário. No entanto estes biótopos são igualmente isentos de sedimento.
O T. sp. “mauve” é normalmente encontrado sobre a costa Oeste – Entre Kande Island e Ngara, e entre Lupingu e Pombo Rocks. O macho em quase toda a extensão do seu corpo apresenta uma cor azul vivo. As fêmeas por sua vez são sobretudo amarelas e amerelas-brancas com as barbatanas anais cor de laranja. As fêmeas da população de Magunga – Tanzânia não são amarelas mesmo se por vezes encontramos algumas de cor amarela. Contudo elas pertencem a uma espécie que anteriormente era chamada de T. sp. “mauve” mas que parecem pertencer a uma outra espécie, T. sp. “mauve yellow”. Depois de serem descobertos machos do tipo Mauve completamente azuis em Magunga, chegou-se à conclusão que as suas fêmeas não são amarelas mas sim argentées, como aquelas que se encontram na parte Noroeste do lago, mas sem a cor laranja na barbatana anal.
Na costa Oeste, os machos “Mauve” apresentam duas variantes de cor diferentes: uma inteiramente azul (os de Ngara, Chilumba, Charo e Nkhata Bay) e a outra azul com uma macha amarela que cobre a cabeça e as laterais junto à cabeça (os de Mara Rocks e Ruarwe). A cor amarela por vezes pode estar imitada à parte inferior da cabeça (os de Mbowe Island, Mphandikucha, e Kande Island). Em Jaro Reef, a Norte de Mkhotakota, existe um Tropheops muito parecido ao Mauve, mas para já esta espécie é caracterizada como T. sp. “tropheops mbenji blue”.
Ao longo da costa Este, a sul de Lundu e a norte de Mbamba Bay, habita uma espécie muito similar, o T. sp. “aurora”, que pertence também ao grupo Mauve, habitando os biótopos exclusivamente rochosos. Esta espécie é caracterizada pelos machos azuis-amarelos com as barbatanas dorsais amarelas e pelas fêmeas de cor cinzenta clara apresentando barras verticais ligeiras. É uma espécie muito comum e provavelmente o Tropheops mais comum desta parte do lago.
Encontramos uma outra situação interessante, colocando mais em evidência a complexidade deste grupo, sobre a costa Sudeste do lago entre Gome - Malawi e N’kolongwe – Moçambique, foram encontradas duas espécies parecidas de Tropheops cujos machos são quase iguais. Só conseguimos distinguir estas duas espécies pela cor da fêmea. Uma das espécies é o T. sp. “yellow gullar” e a outra o T. sp. “gome yellow”. As fêmeas du “Gome yellow” são amarelas com uma banda sub-marginal negra sobre a barbatana dorsal, pelo menos as populações do sul; a norte de Meponda a cor das fêmeas é bege prateado.

Grupo dos Tropheops Dourados

O Tropheops macrophthalmus amarelo dourado, o membro mais comum dentro do grupo dos Tropheops dourados que engloba unicamente três espécies, é comum ao longo de toda a costa Este do lago, no entanto está limitado a apenas alguns locais.
O T. macrophthalmus foi descrito pelo Dr. Ernest Ahl em 1927 a partir de coletas efectuadas pelo Dr. Fulleborn na costa da Tanzânia do lago perto de Alt Langenburg, conhecido actualmente como Lumbila. A sua descrição engloba duas características “chave” na sua determinação que nos leva a concluir que o Tropheops totalmente amarelo é o verdadeiro Tropheops macrophthalmus. Ahl notou que esta espécie não tinha pigmentos sobre as barbatanas e também que esta espécie tem a cabeça muito convexa, quase perpendicular. Pondo de parte os Tropheops totalmente amarelos todas as espécies deste género encontradas a norte do rio Ruhuhu têm marcas sobre as barbatanas; a cabeça das espécies douradas apresenta um perfil muito direito. O Tropheops macrophthalmus vive nas zonas superiores do habitat rochoso, é encontrado ao longo de toda a costa da Tanzânia e de Moçambique. Os machos não são totalmente amarelos dourados, eles têm as barbatanas dorsal e anal azul claro. As fêmeas são bege claro a amarelas-brancas e não têm marcas sobre o corpo ou sobre as barbatanas.
Ao longo da margem Ocidental, a distribuição do Tropheops macrophthalmus está limitada à costa Noroeste entre Mdoka e Chirwa Island (ou talvez Chitimba Bay). Em Chitimba Bay foi encontrada uma outra população de tropheops amarelo dourado a uma profundidade de 22 metros. As fêmeas desta espécie bastante pequena são igualmente amarelas douradas, mas os machos são azuis com uma mancha cor de laranja sobre a nuca e parte anterior do dorso. Contudo foram observados machos territoriais totalmente amarelos, como as fêmeas, e parece que só os machos mais velhos exibem a cor azul. Actualmente esta espécie é considerada distinta, T. sp. “macrophthalmus chilumba”, pelo motivo desta espécie ser encontrada a uma profundidade bastante superior à que normalmente são encontradas todas as populações de Macrophthalmus conhecidas, e no habitat intermédio.
Naturalmente, o facto do recife estar a 20m de profundidade “proíbe” esta espécie de ocupar o habita preferido do T. Macrophthalmus que se encontra habitualmente nos 10m superiores deste habitat puramente rochoso; contudo a sua morfologia e a sua cor juntas justificam um status diferente e distinto. Poderá mesmo não ser um parente próximo do T. macrophthalmus.

Em Chizumulu Island, um Tropheops dourado, chamado de T. tropheops “gold” vive num habitat muito parecido ao do T. macrophthalmus. Os machos desta espécie são mais cor de laranja e não têm as barbatanas dorsal e anal azuis, no entanto é considerado como uma população de T. macrophthalmus. Esta opinião corroborada pela existência de outras espécies tendo uma distribuição discontínua. As fêmeas de Chizumulu Island têm uma cor que vai desde o bege a amarelo-branco como aquelas da maior parte de outras populações. Uma forma habitando Mazinzi Reef e Nkhudzi sobre o braço Sudeste do lago é provavelmente uma espécie suplementar do T. macrophthalmus. Os machos são dourados e têm a barbatana anal azul clara. As fêmeas são cinzentas claro sem barras nem bandas.
O T. sp. “gold otter”, uma espécie muito próxima, vive em torno do Cabo Maclear. Machos e fêmeas desta espécie são amarelos.

Grupo Chilumba

O grupo de Tropheops que engloba mais espécies é sem dúvida o grupo Tipo Chilumba.
Três espécies deste grupo já foram faladas anteriormente – T. sp. “red cheek”, T. sp. “maleri blue” e T. sp. “lumessi blue”.
Os membros deste grupo parecem preferir os habitats rochosos sem sedimento, são encontrados principalmente nas ilhas e nos recifes. A sua distribuição não engloba todo o perímetro do lago, e é devido provavelmente a não encontramos habitats rochosos sem sedimento em toda a costa do lago. O nome deste grupo vem do “Chilumba Tropheops” que é a espécie mais conhecida e mais exportada com o nome de “Chilumba Macrophthalmus”. Habita zonas rochosas entre Mdoka e Chirwa Island na parte Noroeste do lago. As fêmeas são amarelas e os machos são de cor azul escura com uma risca vermelha sob a risca sub-marginal preta da barbatana dorsal.
Os machos possuindo barras azuis com uma banda sub-marginal preta sobre a dorsal, e as fêmeas totalmente amarelas ou cinzento-amareladas com uma cadeia de de machas laterais cinzentas, formam a particularidade deste grupo. A única excepção a esta regra é o T. sp. “Taiwan”, cujas fêmeas não têm nunhuma marca sobre o seu corpo bege prateado. Pelo motivo desta espécie ser a única deste género a habitar Taiwan Reef torna inútil a existência de uma padrão de cor distinto pelas suas marcas no corpo; o padrão de cor do macho corresponde sem dúvida aos indivíduos deste grupo.
O T. ps. “Taiwan” é uma espécie muito grande com um corpo bastante alongado, parecido com a grande espécie encontrada em Higga Reef e Mbamba Bay Island, o T. sp. “higga”. As fêmeas “Higga” têm uma cor de fundo cinzenta amarelada e as laterais com marcas cinzentas. Os machos são parecidos aos Tropheops Chilumba.
Habitat Rochoso Rico em Sedimento

Várias espécies do género Tropheops estão limitadas a este tipo de Biótopo. Curiosamente estas espécies têm todas um corpo mais alongado, quando comparadas com a maior parte das outras espécies deste complexo.
A espécie que ocupa a maior zona de distribuição, sobre as margens do lago, é o Tropheops sp. “red fin”.
Ao longo da costa Noroeste pode ser encontrado entre Hora Mhango e Mara Rocks, e ao longo da costa Este entre a ribeira Ruhuhu na Tanzânia e Lumbaulo em Moçambique. No entanto, na maior parte das localidades que fazem parte da sua área de repartição, não é dos peixes mais comuns, raramente é encontrado em cardumes numerosos.
Os machos adultos têm uma cor à base de amarelado ou laranja escuro; por sua vez, as fêmeas e os juvenis têm uma cor bastante diferente mas muito agradável e atraente. A cor laranja da barbatana anal está na origem do nome desta espécie atribuído por Ribbink e Al. (1983b). Os machos são bastante territoriais mas pouco agressivos, desde que nenhum intruso cruze o seu território. Por vezes os machos defendem um território de areia entre os rochedos, outras vezes escavam uma cratera encostada a um rochedo ou mesmo debaixo deste. Esta espécie habita zonas pouco profundas, raramente é encontrado a profundidades superiores a 10m.
Comportamento em aquário:
Mantenho esta espécie num aquário comunitário do Malawi, onde ele domina perfeitamente todo o aquário, devido em parte ao seu tamanho. Como já foi dito anteriormente, nenhum intruso consegue passar pelo seu território sem levar uma corrida, no entanto na restante área do aquário, com excepção das fêmeas, raramente persegue outros peixes. Uma um espécie que cresce bastante quando comparada à maior parte dos mbunas, mas que se pode ter com outros mbunas mais pequenos sem haver problemas de agressividade por parte destes.
O casal que tenho neste momento já teve diversas ninhadas, inclusive já tenho mais uma fêmea jovem (filha do casal) no aquário para lhes fazer companhia e assim evitar que as perseguições do macho sejam feitas sempre à mesma fêmea. Este ciclídeos não é muito comum nas nossas lojas, embora por vezes apareça nas listas de importação que habitualmente as lojas apresentam aos clientes. A quem quiser adquirir esta espécie aconselho um aquário no mínimo com 1,5 m de frente e pelo menos 300L, já que o território que este ciclídeos domina chega a ultrapassar os 50cm de diâmetro.
João Magalhães Ago/2008

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