domingo, 7 de setembro de 2008

Geophagus steindachneri

Foto do macho:
Foto da fêmea:

Nome científico: Geophagus steindachneri Eigenmann & Hildebrand, 1910
Nome comum: Red Humped Eartheater
Tamanho em adultos: em torno dos 15cm para o macho e 10cm para a fêmea.
Dimorfismo sexual: Os machos são maiores que as fêmeas, mais coloridos, e possuem uma bossa vermelha escura na parte superior da cabeça que se torna mais proeminente durante a reprodução.

Origem: são originários da Colombia, mais precisamente dos rios magdalena, cauca e sinu, e respectivos afluentes, e também no rio Limão na Venezuela. No seu habitat o pH varia entre 6,5 e 7, o dH varia entre 5.0 e 15.0, e a temperatura entre 24 e 27 ºC (clima tropical).

Manutenção: É um peixe muito fácil de manter. No entanto exige uma água em excelentes condições. Um aquário de 100L será suficiente para manter um casal, desde que bem estudado – esconderijos para a fêmea quando se encontra em incubação. Num volume superior é possível manter um grupo de várias fêmeas. Um área arenosa grande para lhes permitirmos fazer o que mais gostam – remexer a areia em busca de comida. Esta “praia” será rodeada de rochas ou troncos que permitirão às fêmeas em incubação se refugiarem. As plantas são ignoradas por eles, o que nos permite ter um aquário plantado, sem no entanto esquecermos de uma zona rochosa. A água deverá ser neutra ou ligeiramente ácida, no entanto se forem exemplares de cativeiro serão menos sensíveis aos parâmetros da água. Eu mantenho-os (1 casal) numa água com um pH próximo dos 7,5, num aquário de 200L na companhia de alguns vivíparos.

Comportamento e Coabitação: Este ciclídeo não é agressivo nem predador. São bastante pacíficos e a hierarquia normalmente é tomada sem lutas graves. Andam sempre a filtrar a areia procurando pequenos invertebrados que nela se encontrem. Não existe monogamia, a fêmea normalmente escolhe o macho maior. É possível de coabitarem com caracídeos, loricarídeos e outros ciclídeos calmos e pacíficos (Leatacara, Cleithracara, Bujurquina, etc…
No meu caso, tenho vivíparos de tamanho pequeno e não noto agressividade nenhuma para com eles.

Alimentação: Neste aspecto não nos colocam nenhum problema, aceitam praticamente tudo: granulados, flocos, comida congelada, e outras. Não são exigentes no que se refere à alimentação. No sei habitat natural eles adoram remexer a areia na busca de alimentação.

Reprodução: o “Geophagus” steindachneri é um incubador bucal ovófilo, ou seja, os ovos são depositados e, depois de fecundados, imediatamente recolhidos pela fêmea. O método de reprodução é idêntico ao dos m’bunas do Malawi, com a diferença de que neste os ovos são todos postos e fecundados e só depois recolhidos na boca da fêmea. Os ovos são poucos mas em contrapartida são muito grandes. Depois do acasalamento a fêmea retira-se e abriga-se numa gruta entre as pedras ou no maciço de vegetação durante aproximadamente 3 semanas. Nos pequenos aquários poderá ser necessário retirar a fêmea devido às investidas do macho. Nos maiores e comunitários poderão viver em plena harmonia sem ser necessário retirar a fêmea.
Depois da fêmea largar os alevins, eles são frequentemente reapanhados pela fêmea ao mínimo sinal de perigo, num período de 2 a 3 semanas.

Observações: O “Geophagus” steindachneri pertence ao grupo dos geophagus de bossa juntamente com os Geophagus crassilabris e Geophagus pellegrini. Por sua vez pertencem ao grupo dos “falsos geophagus”. Prevê-se que brevemente sejam sujeitos a nova classificação sistemática devido a diferenças significativas relativamente aos “verdadeiros geophagus”.
O G. steindachneri não é um dos mais coloridos mas no entanto tem cores muito interessantes e um comportamento excelente o que o torna um ciclídeo muito atraente para os aquariofilistas, principalmente para os que já mantiveram várias espécies e querem experimentar algo diferente. Sendo um incubador bucal ovófilo, é uma raridade no seio dos sul americanos.
O que vos posso dizer da minha experiência é que estou fascinado pelo comportamento deles. Possivelmente irei introduzir no futuro mais uma ou duas fêmeas, no sentido se observar como será o comportamento do macho perante várias fêmeas.

João Magalhães Out/2008