sábado, 1 de novembro de 2008

Satanoperca jurupari

Satanoperca jurupari (Heckel 1840)




Nome científico: Satanoperca jurupari (Heckel, 1840)

Nome comum: Mojarra cerrillo, Puerco, Acará bicudo, Acará papaterra, etc…

Tamanho em adultos: no seu habitat podem atingir um tamanho entre 18-25cm, em aquário raramente ultrapassam os 15cm.

Dimorfismo sexual: Não existe dimorfismo sexual, como tal torna-se difícil a sua distinção. Contudo normalmente o corpo do macho é mais delgado (esguio) que o da fêmea.

Distribuição: estes ciclídeos podem ser encontrados na bacia do rio Amazonas, desde o Peru, ao Equador e à Colômbia até à foz do rio Amazonas em Amapá (Brasil), na Guiana francesa, e também na Amazónia Boliviana excepto no rio Guaporé. São nativas da Bolívia, do Brasil, da Colômbia, do Equador, da Guiana francesa e do Peru, mas podem ser encontradas também na Guiana, no Suriname e na Venezuela.

Habitat: normalmente são capturadas em águas negras e por vezes lamacentas dos rios e também em lagoas do rio Amazonas. Ou seja, esta espécie vive em águas relativamente calmas ou mesmo paradas.
O pH da água varia entre 6 e 8 e a temperatura entre 24 e 28 ºC. O GH varia até um máximo de 10. O ideal será manter esta espécie numa água neutra ou ligeiramente ácida, uma temperatura a rondar os 25ºC e um GH em torno dos 5.

Morfologia: este género de ciclídeos tem uma forma muito parecida aos ciclídeos africanos. Corpo espalmado e ligeiramente comprimido lateralmente. A cabeça é triangular com a frente alta. As barbatanas ventrais e anais são muito desenvolvidas tais como a dorsal que chega quase à barbatana caudal. Os olhos estão situados muito próximos da zona dorsal da cabeça. A cor é clara (desde o cobre ao esverdeado) e com uma banda larga que vai desde a traseira do opérculo até à base da barbatana caudal, com sete ou oito bandas verticais que chegam quase ao ventre e uma mancha redonda sobre os primeiros raios superiores da barbatana caudal.
Esta espécie é facilmente confundida nas lojas com uma do mesmo género – S. leucosticta. Uma forma de as distinguir é a ausência de manchas brancas sobre o opérculo na espécie em questão (S. jurupari). A S. jurupari leva 3 a 4 anos para atingir o estado adulto (a desenvolver-se por completo).

Manutenção: É um peixe muito fácil de manter. No entanto exige uma água em excelentes condições. Um aquário de 200L será suficiente para manter um casal, precisaremos de mais volume se pensarmos em colocar um grupo. O ideal será mantê-los em grupos de 6 ou mais indivíduos. É um peixe que ocupa normalmente a metade inferior do aquário.
O aquário deverá ter uma óptima filtragem (10x) mas com uma corrente fraca. Deverá ser decorado à base de rochas formando grutas e algumas plantas. A areia deve ser fina devido aos seus hábitos de remexer a areia e devemos providenciar áreas arenosas abundantes.
Num volume superior é possível manter um grupo de várias fêmeas. Um área arenosa grande para lhes permitirmos fazer o que mais gostam – remexer a areia em busca de comida. Esta “praia” será rodeada de rochas ou troncos que permitirão às fêmeas em incubação se refugiarem. As plantas são ignoradas por eles, o que nos permite ter um aquário plantado, sem no entanto esquecermos de uma zona rochosa. A água deverá ser neutra ou ligeiramente ácida, no entanto se forem exemplares de cativeiro serão menos sensíveis aos parâmetros da água.

Comportamento e Coabitação: Este ciclídeo não é agressivo. Poderá ser mantido com outras espécies calmas. Por vezes torna-se agressivo com os da mesma espécie por falta de espaço no aquário. A sua actividade preferida é remexer a areia em busca de comida.

Alimentação: Neste aspecto não nos colocam nenhum problema, aceitam praticamente tudo: granulados, flocos, comida congelada, e outras. Não são exigentes no que se refere à alimentação. No sei habitat natural eles alimentam-se de peixes, pequenos invertebrados, restos vegetais e fruta. Em exemplares capturados em Letícia os seus estômagos tinham basicamente matéria vegetal de origem terrestre e em menor proporção de sedimento, e larvas de dípteros aquáticos.

Reprodução: a S. jurupari é um incubador bucal ovófilo, ou seja, os ovos são depositados e, depois de fecundados, são recolhidos pela fêmea dentro da sua boca (mais ou menos 24 horas depois da fecundação). Esta espécie atinge a maturidade sexual aos 2 anos de idade aproximadamente.
A fêmea porá entre 100 e 400 ovos numa pedra previamente e cuidadosamente limpa onde o macho passará sobre eles para os fecundar. O período de incubação será mais ou menos 2 semanas. Depois da fêmea largar as crias o macho deve ser retirado do aquário. Não se sabe muito bem se esta espécie é monogâmica ou poligâmica, já que existem relatos de ambos os comportamentos.

João Magalhães Out/2008

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